terça-feira, 6 de setembro de 2011

POETAS MALDITOS

Alta madrugada... de uma nuvem
Formava-se uma esfinge de BYRON
No campo santo MUSSET
Descansava sua dor
Do outro plano de modo avesso
POE com sua cruz da solidão
Feito chave tentava abrir
Do inferno todas as portas da aflição
SHELLEY com brasas nos olhos
Acendera um charuto
De aroma irresistível mas de fumaça proibida
KEATS parecia abrir o peito na escuridão
Mas seu canto era rouco, sonoro trovão
Digitava na memória, bem no fundo da alma
Toda sua rima de sofrimentos
Numa página desmembrada de dor
Neste mesmo instante ÁLVARES DE AZEVEDO
Nas mãos versos da escritura que junto
Recitava também  A LIRA DOS VINTE ANOS
De pé e pálido de febre sobre a sepultura
Entre um gole de absinto e rum
Não sabia estar sonhando nas trevas
Ou sentindo na pele a inédita brisa do firmamento
E do nada, mas das asas do mistério
Como se de um luar descesse
E a todos estes poetas cumprimentando
RAUL SEIXAS  cantava  MALUCO BELEZA

CONSTANTINO GREGÓRIO BARUC

Um comentário:

  1. " O que a memoria guarda. jamais irá virar pó! "
    Raul Seixas foi ao infinito nas asas de sua poesia!
    Mais do que tudo...Valeu o codinome...( Maluco Beleza )

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